Sexta-feira, 16 de Maio de 2008
Sinto-me triste, infinitamente só. Nada do que faça, pense ou sonhe possui qualquer sentido. Apenas a enorme frustração que sinto no meu interior. Uma tristeza, uma qualquer coisa que me consome por dentro e se alastra como uma doença infecciosa. Talvez a eterna tristeza seja isso mesmo, uma condição infecciosa de uma disposição incurável. Talvez a solidão apenas se reflicta como uma repercussão de um imenso vazio que preenche involuntariamente a alma e a deixa, assim… desfeita. Como se recupera de uma condição vazia? De uma disposição inaparente, de uma condição que apenas existe no nosso âmago, no nosso cerne? Não sei, mas é tão entristecedora esta condição. Todas as minhas acções são impotentes sobre esta. Deixa de corresponder a um problema para passar a fazer parte de mim. A tristeza é uma porção minha, uma parte que me pertence desde de cedo. Queria chorar nos braços de alguém, mas não sou capaz. Queria gritar, mas tal não me é permitido. Queria ser feliz, mas isso sim é impossível. O que hei-de fazer? Chorar na solidão, olhar para o rio enquanto enumero as atitudes que mais me ridicularizaram durante toda a vida? Não o vou fazer. De nada valeria. O chorar, o espernear, o simples grito é apenas um meio deprimente para se evidenciar a nossa própria impotência face ao real, face a tudo o que nos apresenta como um subtil traçar de destinos. Destinos, curioso esta escolha de palavras. È muito mais fácil quando se culpabiliza algo superior pelo nosso próprio fracasso. O destino é apenas uma escapatória para a nossa própria cobardia em admitir que somos inúteis e que nada podemos fazer para o alterar. Gostava de pensar de forma diferente, mas como? Toda a capacidade que tinha para sonhar, perdi-a. Todo a esperança em ser algo importante para alguém ou mesmo para mim própria desvaneceu-se. Sou apenas uma rapariga ridícula. Uma rapariga que de tão idiota, se acha no direito de aclamar por certos sentimentos, que não lhe estão de todo reservados...


publicado por Janinha às 23:27
Como eu te percebo. Mas no entanto, parece que estamos condenadas a não saber o que fazer, não saber que atitude ter.
Ainda assim, gostei muito da tua escrita.
Beijinhos
Summer a 20 de Maio de 2008 às 23:01

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